segunda-feira, 12 de outubro de 2009
ELETRODOMÉSTICO - LULA AVALIA MANTER REDUÇÃO DE IMPOSTO
RIO – O governo vem enfrentando forte lobby das indústrias da linha branca (geladeira, fogão e máquina de lavar) e de material de construção para prorrogar, pelo menos até o fim do ano, a desoneração do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI).
O mesmo já havia ocorrido com o setor automobilístico, segmento para o qual a isenção total valeu até setembro.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva é bastante sensível aos apelos empresariais e já manifestou a seus interlocutores o interesse em atendê-los. No entanto, com uma arrecadação quase R$ 60 bilhões inferior à de de 2008, a equipe econômica resiste, alegando que a política tributária emergencial já produziu os resultados a que se propôs.
Esta posição será levada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, ao presidente Lula, em reunião amanhã. No entanto, caberá a Lula decidir qual será a matemática final.
Segundo reportagem publicada ontem pela Folha de São Paulo, o presidente estaria inclinado a optar pela prorrogação do benefício como forma de permitir que os consumidores utilizem o 13º salário para comprar os equipamentos e ainda sejam beneficiados pela redução do imposto.
No Ministério da Fazenda, o principal argumento contrário à prorrogação é, justamente, a queda da arrecadação de impostos. A mesma que levou o governo a atrasar o pagamento da restituição do Imposto de Renda das pessoas físicas. Neste cenário, prorrogar a redução do IPI significaria abrir mão de mais receita num momento de fragilidade fiscal.
Por isso, a equipe técnica da Fazenda deve propor uma fórmula semelhante à adotada no setor automotivo, de reduzir gradativamente o benefício até o fim do ano. Para os automóveis, o último mês de redução total do imposto foi setembro.
No entanto, circulam no palácio informações de que na avaliação do presidente Lula, os ganhos político e econômico da prorrogação do IPI reduzido, transmitindo sensação de bem-estar e aquecendo a economia, seriam maiores do que a eventual perda de receita.
Adotada para vigorar inicialmente entre os meses de abril e junho, com perda de R$ 264 milhões na arrecadação, a isenção do IPI dos eletrodomésticos da linha branca foi prorrogada até o final deste mês. Antes, portanto, do prazo para o pagamento da primeira parcela do 13º salário.
Entre janeiro e julho deste ano, os produtos da linha branca responderam por 11,3% das vendas de bens duráveis no País, ante 8,8% no mesmo período do ano passado, segundo aponta pesquisa realizada pela empresa GfK Brasil.
Ainda de acordo com a pesquisa da GfK, as vendas de geladeiras e máquinas de lavar roupa subiram, respectivamente, 7,2% e 3%. Parte da expansão se deve à redução do IPI para a linha branca no período.
Fonte-JC
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