terça-feira, 16 de junho de 2009
VOO 447 - DOIS CORPOS SÃO IDENTIFICADOS
Fontes ligadas ao Instituto de Medicina Legal (IML) do Recife confirmaram ontem ao Jornal do Commercio que pelo menos duas vítimas do acidente com o voo 447 da Air France já foram identificadas. Os corpos seriam do sexo masculino. A confirmação não teria sido feita oficialmente pela Secretaria de Defesa Social (SDS) porque as informações ainda estão sendo repassadas para as famílias. Há um acordo entre as instituições que coordenam os trabalhos de buscas e de necropsia dos corpos que impede que qualquer notícia seja dada à imprensa, antes de ser comunicada aos familiares. Caberá aos parentes decidir se autorizam ou não a divulgação oficial da identificação.
Não há detalhes sobre a nacionalidade das vítimas identificadas. Ontem, o aposentado Nelson Marinho, pai do mecânico de engrenagens Nelson Marinho Filho, que morreu na tragédia, informou, por telefone, que teve conhecimento, extraoficialmente, que os corpos identificados seriam de brasileiros. “Mas ninguém da polícia de Pernambuco me informou isso oficialmente”, ponderou. Ele esteve no Recife na última sexta-feira e retornou ao Rio de Janeiro sábado, sem conseguir ver os corpos no IML. O Airbus da Air France caiu no dia 31 de maio, quando ia do Rio de Janeiro para Paris, com 228 pessoas a bordo.
A identificação dos primeiros corpos foi informada pelo embaixador francês Pierre-Jean Vandoorne, durante entrevista coletiva, concedida no último domingo. O diplomata, designado pelo governo da França para coordenar as relações com os parentes das vítimas, afirmou que, entre os identificados, até aquele momento, não havia nenhum francês. Ontem, pela manhã, o embaixador visitou o IML e conversou com o diretor de Polícia Científica, Francisco Sarmento. Ele foi buscar informações mais detalhadas sobre os trabalhos de perícia e agradecer o empenho dos profissionais que estão envolvidos no trabalho.
Na saída do IML, Vandoorne falou rapidamente com os jornalistas e negou que tivesse confirmado a identificação dos corpos. “Eu fui mal interpretado. Eu disse apenas que não havia vítimas francesas identificadas”, afirmou. Diante da insistência dos jornalistas, o embaixador ponderou que só poderia falar sobre o trabalho de cooperação entre franceses e brasileiros. “Não tenho habilidade para falar sobre isso (identificação dos corpos). Todas as informações devem ser obtidas com a embaixada da França, em Brasília”, afirmou.
Sobre a conversa no IML, Vandoorne classificou como “muito útil” e garantiu que a equipe de peritos franceses que acompanha os trabalhos de necropsia no Recife ficará “o tempo que for necessário”. Embora apenas dois especialistas franceses estejam participando diretamente dos trabalhos de necropsia, ontem vários funcionários da polícia francesa passaram horas no IML pela manhã.
Após deixar o prédio, o embaixador esteve na Secretaria de Defesa Social, onde se reuniu com o secretário-executivo Cláudio Lima. A conversa durou apenas alguns minutos. Após o encontro com as autoridades do Estado, Vandoorne retornou para Brasília.
A assessoria de imprensa da Polícia Federal afirmou ontem que já não há mais dúvidas de que o despojo inicialmente identificado como corpo humano é de um animal marinho. “Os peritos estão convencidos de que é mesmo pele de animal”, confirmou a PF. O equívoco fez com que a SDS corrigisse o número de corpos resgatados até o momento. A conta que era de 50 caiu para 49.
Fonte-JC
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