BRASÍLIA – O número de mortos nas rodovias federais cresceu 13,2% entre o Natal e o ano-novo em relação ao ano anterior, conforme balanço divulgado ontem pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). Nesse período, foram registradas 435 mortes contra 384 na mesma base de comparação. Ainda segundo o balanço, o número de feridos foi de 4.795 ante 4.479, aumento de 6,6%. Entre 20 de dezembro de 2008 e 4 de janeiro de 2009, foram registrados 7.140 acidentes, 7,8% mais do que em igual período do ano anterior. A maior parte dos acidentes ocorreu por excesso de velocidade e ultrapassagens perigosas. “Não há o que comemorar, foi um fim de ano marcado por mortes, imprudência e excessos nas estradas”, lamentou o inspetor Alexandre Castilho, porta-voz do órgão. Os números impressionaram porque a PRF colocou de prontidão todo seu efetivo de mais de 9 mil patrulheiros e a fiscalização foi muito dura na aplicação da lei seca, em vigor desde junho, que proíbe o consumo de álcool por motoristas em qualquer quantidade. Nada menos do que 1.043 motoristas alcoolizados foram impedidos de seguir viagem, dos quais 650 acabaram presos em flagrante por apresentarem elevado teor de embriaguez, com risco grave à segurança do tráfego. “A lei seca contribuiu para que os números não fossem piores. Cerca de mil motoristas embriagados foram retirados das rodovias antes que pudessem causar um acidente. Isso representa quase um a cada 20 minutos”, disse Castilho. Em vigor há mais de seis meses, a lei seca levou para a prisão 3.924 motoristas bêbados, 62% do total de 6.298 condutores multados por consumo de álcool. Mesmo com o que considera ser uma pesada fiscalização, a PRF reconhece que a vigilância é precária em locais distantes de grandes centros urbanos e diz que, hoje, há certa acomodação da sociedade. Nos primeiros meses da lei, houve redução no índice de acidentes fatais, mas o ritmo foi diminuindo com o tempo. No balanço geral do ano, quase 20% das multas aplicadas se referem a motoristas que se recusaram a fazer o teste do bafômetro, irregularidade que acarreta em multa de R$ 955. Mas, nesse caso, o motorista bêbado não é preso por isso. Na operação de fim de ano, o número de multas aumentou 166% em comparação com 2007/2008, antes da edição da medida provisória e da aprovação da lei seca, que também proíbe a venda de bebidas alcoólicas perto das rodovias.
FONTE-JC
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