segunda-feira, 27 de outubro de 2008
TRAGÉDIA EM SANTO ANDRÉ - MÃE DE ELOÁ TAMBÉM PODE SER INDICIADA
SÃO PAULO – O Ministério Público de Alagoas pode pedir indiciamento de Ana Cristina Pimentel da Silva, 42 anos, mãe da adolescente Eloá Cristina Pimentel, 15 anos, assassinada pelo ex-namorado Lindemberg Alves, 22, após 100 horas de seqüestro em Santo André (SP). O MP afirma que Ana Cristina ajudou o marido, o ex-policial militar Everaldo Pereira dos Santos, a fugir da polícia e a falsificar os documentos com os quais vivia em São Paulo, com o nome falso de Aldo Pimentel da Silva. O MP quer saber ainda se Ana Cristina teve alguma participação na morte da primeira mulher de Everaldo, que foi assassinada em Maceió. Segundo a família da vítima, ela foi morta após descobrir o caso extraconjugal do marido com Ana Cristina, que estava grávida de Eloá. Everaldo Pereira dos Santos é fugitivo da Justiça de Alagoas desde 1993, depois que foi denunciado pela morte de Ricardo Lessa, então chefe da polícia civil alagoana e irmão do ex-governador Ronaldo Lessa. Ele teria ainda participado de pelo menos mais dois homicídios, incluindo a do pernambucano Celso Dias, da cidade de Palmares. Ele foi morto em Novo Lino (AL), na divisa com Pernambuco. Outras mortes que envolvem a atuação da “gangue fardada”, grupo de extermínio formado por PMs que atuou nos anos 1990, estão sendo desarquivados. O ex-marido de Ana Cristina acusou Everaldo de ter seqüestrado o filho dele, primeiro filho de Ana Cristina e irmão mais velho de Eloá, quando fugiu de Alagoas. O homem, que é comerciante em Maceió, afirma que há 13 anos não vê o filho e a ex-mulher. O promotor Geraldo Amorim e o juiz Marcelo Tadeu são responsáveis pelo processo criminal contra Everaldo. Tadeu defende que o pai de Eloá só se entregue à Polícia Federal. Caso se entregue à Polícia Civil de Alagoas, diz ele, a chance de ser morto é de 70%, já que seria um arquivo vivo dos crimes praticados pela “gangue fardada”. De acordo com o juiz, a maioria dos integrantes da gangue fardada foi morta por queima de arquivo. Neste sábado, Ana Cristina Pimentel da Silva falou pela primeira vez sobre a morte da filha. Ela contou que, antes do seqüestro, Eloá pediu ao pai que registrasse uma queixa na polícia por conta de agressões e ameaças de Lindemberg. Santos procurou Lindemberg para uma conversa e o rapaz disse que a família não deveria ir à polícia porque algumas coisas poderiam ser achadas em sua casa e isso iria prejudicá-lo e prometeu não mais agredir Eloá. Santos cedeu e não procurou a polícia para relatar as ameaças. Os pais de Eloá nunca ficaram sabendo o que Lindemberg quis dizer com coisas. A ligação entre Everaldo e Lindemberg está sendo investigada. A polícia suspeita que os dois fizessem parte de uma mesma quadrilha em Santo André.
Pai suspeito de 4 mortes em Pernambuco
MACEIÓ – A Polícia Civil de Pernambuco deve ser consultada esta semana sobre a possível participação do ex-cabo da PM de Alagoas, Everaldo Pereira dos Santos, em quatro assassinatos na região sul do Estado. Levantamento realizado pela Polícia Civil alagoana aponta que o pai de Eloá Pimentel participou de crimes no município de Palmares e Xexéu (então distrito) no início dos anos 1990. Segundo o delegado-geral da Policia Civil alagoana, Marcílio Barenco, a solicitação de apoio nas investigações dos crimes só deve ser encaminhado à chefia da polícia pernambucana amanhã, já que hoje é feriado nas repartições públicas em comemoração ao Dia do Servidor. “O nosso arquivo de investigações aponta para esses crimes no Estado de Pernambuco. Ele atuava forte com a ‘gangue fardada’ na região norte de Alagoas e sul de Pernambuco”, afirmou, ontem. Os nomes das vítimas não foram informados pelo delegado. Além dos quatro crimes em Pernambuco, a Polícia Civil alagoana acusa Everaldo de envolvimento em pelo menos mais 12 mortes. Três delas já viraram processo que podem resultar em júri popular. Dos crimes atribuídos por Everaldo, quatro foram cometidos em Novo Lino, que fica na divisa com Pernambuco.
VOLTA A MACEIÓ
Outra novidade divulgada ontem pelo delegado foi a confirmação de que Everaldo vinha com freqüência à cidade de Maceió, mesmo depois de ter fugido de Maceió com a família, em 1993. Segundo o delegado, as passagens aéreas foram adquiridas com documentos falsos, em nome de Aldo José da Silva. A Polícia quer saber agora quem pagou as passagens e qual itinerário das viagens. Na última passagem dele por Alagoas, há cerca de dois meses, ele teria permanecido 20 dias no Estado. "Já temos certeza absoluta que ele esteve aqui. Sabemos até onde ele ficou", garantiu. Barenco solicitou informações às companhias aéreas sobre a compra de passagens com destino a Maceió com o nome falso de Everaldo. O delegado disse que existe a possibilidade do pai de Eloá ter participado de crimes recentes no Estado de Alagoas.
fonte-jc
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