RECIFE E BRASÍLIA – Os funcionários dos Correios e os representantes da empresa reunidos ontem no Tribunal Superior do Trabalho (TST), em Brasília, não chegaram a um acordo sobre o fim da greve da categoria e a paralisação está mantida. Por causa da falta de consenso na audiência de conciliação da semana passada, o presidente do TST, ministro Rider Nogueira de Brito, apresentou novas propostas para encerrar a paralisação. Funcionários e empresa têm até amanhã, às 12h, para manifestarem decisão a respeito. Caso o impasse continue, o ministro Maurício Godinho Delgado vai julgar a greve e decidir sobre o dissídio da categoria. Na semana passada, também em audiência no TST, a empresa aceitou a proposta anterior de Brito, que previa suspender a aplicação do Plano de Cargos, Carreiras e Salários de 2008, o fim do pagamento do adicional de R$ 260 e o retorno por dois meses do abono aos salários. A categoria recusou, alegando que os Correios não fizeram a incorporação de 30% de adicional de periculosidade nos salários, negociação do plano de carreira e participação nos lucros, que estariam previsto no acordo. Do início da greve (1º de julho) até segunda-feira, deixaram de ser entregues 108 milhões de correspondências no País, de um total de 300 milhões. Segundo informações da assessoria, foram entregues 95% das 7,3 milhões de encomendas, ou seja, 6,950 milhões. Em Pernambuco, das 600 mil cartas que chegam, em média, nas agências todos os dias, apenas 40% estão sendo entregues. Ontem à tarde, no Recife, grevistas fizeram um panelaço em frente à agência sede, na Avenida Guararapes. De acordo com o diretor do Sindicato dos Trabalhadores da Empresa de Correios e Telégrafos em Pernambuco (Sintect-PE) Roberto Alexandre da Silva, os trabalhadores não farão nenhum protesto hoje por causa do feriado municipal de Nossa Senhora do Carmo, mas devem retomar as manifestações amanhã. “A ordem é manter a greve por tempo indeterminado até que haja um acordo. Vamos fazer quantos protestos forem precisos”, completa. O sindicato informa que 90% dos trabalhadores aderiram à greve no Estado. “Somente algumas agências estão funcionando, mesmo assim precariamente. O Sedex está sendo entregue pela área administrativa e pelos gestores”, informa. Os consumidores que ainda não receberam as contas para pagar água, energia elétrica ou telefone devem ligar para as empresas ou acessar os site para saber como emitir uma segunda via de pagamento ou se a companhia estendeu a data de vencimento.
FONTE JC
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