terça-feira, 22 de julho de 2008

TRABALHO - ASSEMBLÉIA AVALIA FIM DA GREVE DOS CORREIOS

Em assembléias hoje nos Estados, funcionários dos Correios serão orientados pela direção da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos (Fentect) a encerrar a greve iniciada em 1º de julho e aceitar o acordo fechado anteontem entre sindicalistas e o governo federal. Em Pernambuco, a categoria realiza assembléia às 11h. A expectativa do secretário-geral da Federação Nacional dos Trabalhadores em Correios (Fentect), Manoel Cantoara, é que até o fim da tarde o acordo fechado no sábado com a direção da estatal seja aprovado pelos grevistas em assembléias. “Os sindicatos estão orientados pela Federação a aprovar o acordo. O pessoal já volta ao trabalho na terça mesmo”, disse Cantoara. O sindicalista calcula que em um prazo de, no máximo, 14 dias, o fluxo de entrega das correspondências já estará normalizado. O acordo entre os Correios e os funcionários foi fechado no sábado, após uma reunião de quase oito horas, da qual também participou o ministro das Comunicações, Hélio Costa. Foi o ministro que anunciou, após o encontro, que a greve chegaria ao fim. A paralisação dos funcionários dos Correios começou no dia 1º de julho. Ao todo, cerca de 130 milhões de correspondências deixaram de ser entregues nesse período por conta da greve. Em Pernambuco, o fluxo diário é de aproximadamente 600 mil correspondências. Desse total, apenas 40% foram entregues durante a paralisação da categoria. A Fentect aceitou a proposta formulada pelo governo de pagar um abono de 30% sobre o salário-base a 43 mil carteiros. O acordo fechado inclui ainda o pagamento de um benefício linear de R$ 260 a outros 16 mil funcionários dos Correios, tais como motoristas, operadores e atendentes das agências. Outro ponto polêmico que foi resolvido entre a estatal e os manifestantes diz respeito ao pagamento dos dias parados. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a participar diretamente da discussão ao dar o aval a Hélio Costa, por telefone, para que a ECT não desconte os dias de greve dos salários dos funcionários e faça a compensação usando o banco de horas. Antes do acordo, os Correios pretendiam descontar dos salários o equivalente a 50% dos dias sem trabalho. Os funcionários e os Correios ainda discutirão o plano de cargos e salários, que será apresentado ao Tribunal Superior do Trabalho (TST). O acordo salarial fechado no sábado entre a estatal e a Fentect também será apresentado ao TST, para homologação. A estimativa do governo é que o abono de 30% para os carteiros, somado ao benefício que será dados aos outros funcionários terá um impacto de R$ 10 milhões no orçamento mensal dos Correios. Ao longo dos quase 20 dias de greve, 420 milhões de correspondências foram despachadas, das quais 69% foram entregues. Os serviços de entrega com hora marcada (tais como Sedex 10 e Sedex Hoje), porém, tiveram de ser suspensos durante a paralisação. Na sexta-feira da semana passada, um dia antes do acordo, cerca de 17% dos 108 mil funcionários a empresa participavam da greve.
FONTE-JC

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