Pelo menos uma vez por semana, estudantes de escolas públicas e privadas de Pernambuco entoarão o Hino de Pernambuco antes de entrar em sala de aula. É lei, sancionada anteontem pelo governador Eduardo Campos e publicada ontem no Diário Oficial do Estado. Também submetem-se à obrigatoriedade eventos festivos religiosos e esportivos, além de atos oficiais. Não está prevista punição por descumprimento. A Lei Estadual número 13.446 é de autoria do deputado estadual Augusto Coutinho (DEM), que integra o bloco de oposição. Apesar de a norma entrar em vigor na data da publicação, as escolas terão um tempo para se adequar. Nas públicas, a Secretaria Estadual de Educação ainda não sabe quanto vai demorar até o hábito começar a ser cultivado. O gerente de Políticas de Educação em Direitos Humanos da secretaria, Genilson Marinho, informou que será emitido um comunicado para todas as escolas, o qual recomendará que busquem integrar o hino ao seu projeto político-pedagógico. Ele sugere trabalhar a letra do hino em sala de aula, dada sua importância histórica. Fortalecer a identidade cultural e estimular o civismo são argumentos dos defensores da idéia. Para o diretor da Escola Estadual Sizenando Silveira, Elimar Alcoforado, conhecer o Hino de Pernambuco fará os alunos reconhecerem as tradições e a história locais. “Infelizmente, nossos símbolos de uma maneira geral estão esquecidos, então essa é uma maneira de valorizar nossas raízes”, opinou ele, que comanda a escola localizada em Santo Amaro, área central do Recife. Apesar de concordar com a lei, o diretor crê que enfrentará resistência de professores e estudantes. O mesmo pensa o aluno do 1º ano Deivson Britto, 21 anos. “No começo todo mundo vai achar chato, só que acabam se acostumando. Mas eu acredito que todos precisam saber o que se fala de seu Estado, conhecendo o hino”, disse. Menos animada está a aluna Rosana dos Santos, 18. “Acho desnecessário, dificilmente vão prestar atenção a isso”, criticou a jovem. Em relação aos colégios particulares, a questão é mais delicada. Arnaldo Mendonça, um dos diretores do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Estado de Pernambuco (Sinepe), critica a imposição da periodicidade do ato cívico. “A Lei de Diretrizes e Bases dá liberdade para que as escolas construam seu projeto político-pedagógico.
FONTE-JC
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