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segunda-feira, 13 de agosto de 2018

ZIKA PODE TER ENTRADO NO BRASIL VINDO DE PAÍSES DA AMÉRICA CENTRAL E DO CARIBE - APONTA ESTUDO DA FIOCRUZ

O vírus da zika pode ter entrado no Brasil vindo de países da América Central e do Caribe, especificamente do Haiti. É o que aponta um estudo realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em Pernambuco.

Segundo a pesquisa, a rota que o zika percorreu para entrar no país é semelhante ao caminho que os vírus da dengue e da chikungunya seguiram para chegar à América do Sul.

De acordo com a pesquisa, o Zika, que é um vírus originário da Polinésia Francesa, no Pacífico Sul, migrou para a Oceania. De lá, foi para a Ilha de Páscoa e, em seguida, para a América Central e países caribenhos. No fim de 2013, chegou ao Brasil.

A descoberta da origem do vírus, explicou o pesquisador da Fiocruz Gabriel Wallau, apontou uma rota comum de entrada do vírus no Brasil e de quatro tipos de dengue e de um tipo de vírus da chikungunya (de linha asiática). O resultado da pesquisa pode orientar os governos para a adoção de medidas de controle de epidemias.

“Existe uma quantidade grande de vírus em outros países que a gente não conhece. Sabendo a origem desses vírus, é possível montar ações de monitoramento em pontos específicos e controlar a entrada deles no Brasil”, disse.

Nos casos estudados no país, foi identificada que uma cepa do Haiti, país que também é afetado pela epidemia de Zika, dengue e chikungunya, era a antecessora dos vírus em circulação no Brasil.

Como o Brasil recebeu imigrantes do Haiti, assim como enviou tropas militares para uma missão de paz, é provável que, desta forma, a transmissão para o território brasileiro tenha ocorrido.

“Alguns artigos já haviam indicado esse caminho, mas o estudo que fizemos trouxe evidências que ajudam a comprovar a hipótese”, explicou Gabriel Wallau.

A pesquisa aponta, ainda, que a zika foi introduzida no país de múltiplas formas, sem correlação entre os casos, contrariando a ideia de que um único paciente trouxe o vírus para o Brasil.

O nome do estudo, em inglês, é "Revisiting Key Entry Routes of Human Epidemic Arboviruses into the Mainland Americas through Large-Scale Phylogenomics". Isso significa, em português, "Revisitando as principais rotas de entrada de arbovírus epidêmicos em humanos no continente americano por meio de Filogenômica de grande escala".

Os pesquisadores da Fiocruz Pernambuco Lindomar Pena, Túlio Campos e Antonio Rezende e um colaborador da Universidade de Glasgow, Alain Kohl, participaram do estudo.

Ao todo, 4.035 amostras de genomas completos dos três vírus disponíveis em bancos de dados públicos foram analisadas.

Sobre a doença

Entre 31 de dezembro de 2017 e 14 de julho de 2018, o Brasil teve duas mortes confirmadas por zika. Os dados são de boletim epidemiológico do Ministério da Saúde divulgado no dia 7 de agosto. A doença é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti.

Em Pernambuco, segundo a Secretaria de Saúde, entre os dias 31 de dezembro de 2017 e 4 de agosto de 2018, foram confirmados 30 casos de zika.

Os principais sintomas são febre intermitente, erupções na pele, coceira e dor muscular. A evolução da doença costuma ser benigna e os sintomas geralmente desaparecem espontaneamente em um período de 3 até 7 dias. O quadro de zika é muito menos agressivo que o da dengue.

Fonte - G1

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