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segunda-feira, 16 de maio de 2016

MICHEL TEMER - OS VOTOS QUE ELA RECEBEU, EU TAMBÉM RECEBÍ

“Os votos que ela recebeu, eu também os recebi”. Essa foi uma das declarações do presidente interino da República, Michel Temer (PMDB-SP), ao dar entrevista exclusiva ao Fantástico e rebater os argumentos sustentados pelos petistas, de que assumiu o lugar da presidente Dilma Rousseff (PT) sem legitimidade, porque não teve votos. Temer frisou, ainda, não ter interesse de disputar a reeleição em 2018 para poder realizar as medidas que o país precisa, ainda que isso lhe custe a popularidade. 

Indagado como faria para ter o apoio da população, uma vez que muitos que se manifestaram a favor do processo de impeachment, não o defendem, ele respondeu: “Eu tenho uma legitimidade constitucional. Constitucionalmente, se a presidente se afasta (…) Os votos que ela recebeu, eu também os recebi. No painel da senhora candidata a presidente tem (a foto e o nome do) o vice-presidente. E o PMDB trouxe muitos votos para a chapa”, argumentou. O presidente interino disse, ainda, que não vai concorrer à reeleição, mas não pode dizer que isso acontecerá em qualquer cenário.

“Não é minha intenção, é minha negativa. Isso vai me dar maior tranquilidade para praticar gestos e ser até impopular, desde que eu possa trazer benefícios para o país”. Segundo Temer, não há necessidade de as pessoas se preocuparem com o fim dos programas sociais. Ele admitiu que será preciso fazer cortes, mas não na área social. 

“Vamos estabelecer prioridades. E é exatamente a atenção com os mais carentes, os mais pobres, aqueles que têm dificuldade de sobrevivência. Se for necessário, cortarei em outros setores. Vamos cortar nas despesas discricionais, já eliminamos vários ministérios e o Meirelles está levantando todo o panorama administrativo e vamos reduzir quatro mil cargos comissionados”.

Michel Temer deu enfânse a programas simbólicos que criou quando foi secretário de Segurança Pública de São Paulo, a exemplo da primeira delegacia da mulher, da primeira delegacia de agressões raciais e da primeira delegacia de direitos autorais. Segundo ele, o ministro da Justiça se reunirá com todos os secretários de segurança do país para ouvir sugestões e adotar uma ação coordenada nos estados para reduzir a violência.

O presidente interino disse que demitiria qualquer ministro que cometesse irregularidades, mas defendeu o ministro do Planejamento, Romero Jucá, dizendo que ele tem uma “competência administrativa extraordinária”. Frisou que Jucá ainda está sendo investigado e não se tornou réu, como aconteceu com o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Ele negou que houve retrocessos no fato de não ter indicado mulheres para o ministério. Ressaltou que a chefia de gabinete, uma função ligada diretamente ao presidente, é comandada por uma mulher e tem uma “prevalência” sobre os ministros. Temer acrescentou, sobre o assunto, que ainda haverá pelo menos mais quatro mulheres na gestão, mesmo que não estejam em cargos do primeiro escalão. “O rótulo de ministros não faz com que as pessoas trabalhem bem”.

Sobre Eduardo Cunha, ele respondeu o seguinte, ao ser questionado se a sua renúncia seria boa para o governo. “Tanto faz, para mim isso não altera nada”. E acrescentou não ter sido beneficiado com dinheiro de propina da Lava-Jato. "A penalidade de um não pode ser imposta a de um terceiro". 

Embora tenha dito que tinha recebido votos porque seu nome também estava na chapa, o presidente interino frisou ser injusto que Tribunal Superior Eleitoral também casse seu mandato, porque, segundo ele, o vice-presidente tem contas de campanha separadas.

Do Diário de Pernambuco

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