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domingo, 13 de setembro de 2015

NINGUÉM ATENDE - TELEFONE FIXO PERDE ESPAÇO NAS CASAS BRASILEIRAS

Antes querido e disputado pelas famílias brasileiras, o telefone fixo vem perdendo prestígio. O empresário Walter Hagem Soares da Silva, 61, decidiu aposentar de vez o telefone fixo em sua casa, em Jaboatão dos Guararapes. Nem a linha existe mais. “Economizei no bolso e na paciência. Nunca gostei de atender telefone, já basta o celular. O fixo lá em casa só servia para decoração”, brinca o empresário que mora com a esposa e um filho, cada um com seu aparelho celular.

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Essa mudança de comportamento está cada vez mais comum. Em muitas casas, o telefone fixo já nem existe mais. Em outras, é mantido apenas por conta do pacote de internet, pois vem junto com o combo de serviços. Talvez por isso o número de linhas no Brasil tenha crescido apenas 2,5% no último ano, atingindo o número de 44 milhões, segundo a Anatel. Porém, de acordo com pesquisa realizada em abril pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o telefone fixo está mesmo em desuso.

Arte: NE10.

O estudo mostrou que 45,6% dos domicílios pesquisados não contam com o telefone fixo, o que confirma a tendência não só brasileira, mas também mundial de queda desse serviço. Desse total, a maior parte disse não ter necessidade ou interesse pelo telefone fixo porque fez a substituição pelo celular. Um quarto deles, porém, disse não ter condições de pagar pelo serviço de telefonia fixa.

De cada dez lares, praticamente em um não há utilização de nenhum dos serviços de telecomunicações. O estudo afirma que, provavelmente, são domicílios situados na zona rural ou na periferia de grandes cidades.

Na casa da modelista Verônica Couto Castro, 53, a linha de telefone fixo permanece devido ao plano de dados (3G ou 4G), mas o aparelho não existe mais. “Há dois anos decidi desligar o telefone e guardá-lo, já que todos aqui em casa tinham preguiça de atender. A única pessoa que ligava para o número fixo era minha mãe. Avisei sobre a decisão e hoje ela liga para o celular”, conta Verônica, que mora em Olinda, no Grande Recife, com o marido e os dois filhos.

“Quem quer falar comigo liga para o meu celular”, afirma a estudante de medicina Mariana Melo, 25 anos. Nem ela, sua irmã e seus pais gostam de atender as ligações quando o aparelho toca na sala. “Fica tocando durante horas. E, quando a gente atende, geralmente é alguma atendente de telemarketing oferecendo promoções”, critica Mariana.

Por Mariana Dantas Do NE10

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