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terça-feira, 28 de julho de 2015

RECIFE - PRODUÇÃO DE FORRAGEIRA IRRIGADA É DISCUTIDA NO FÓRUM DAS SECAS

A produção de forrageira irrigada no semiárido foi o tema do segundo encontro deste ano do Fórum Permanente de Convivência Produtiva com as Secas, que aconteceu nesta segunda-feira (27), no Hotel Grand Mercure Recife Atlante Plaza, em Boa Viagem. Segundo o Presidente da Faepe e do Fórum das secas, Pio Guerra, o objetivo desse fórum é debater o que a ciência, a academia e os outros governos do Brasil e de fora do Brasil fazem com suas regiões problema em relação à falta de água, a seca, e possamos entender melhor esse processo e buscar alternativas diferentes que não sejam exclusivamente as emergenciais do carro-pipa, do Bolsa-Família e da cisterna, que a gente saber que não vão resolver o problema.

Sobre a questão da produção da forrageira no semiárido, Pio Guerra falou: “É um assunto que precisa ser pensado. A pecuária tem um peso muito grande na produção agropecuária do semiárido, e é uma atividade que requer menos água que a atividade agrícola intensiva. É preciso ver como outros estudos, especificamente esses daqui, do Ceará, vêm trabalhando essa área, porque, em 2012, enquanto nós tivemos uma queda de produção de 60% a 70% de nossa bacia leiteira, o Ceará teve crescimento de sua bacia leiteira. Alagoas também. Essas coisas precisam ser discutidas, analisadas, pesquisadas, e que o estado e os criadores se debrucem sobre essas políticas públicas ou atividades empresariais que precisam ser tomadas para que a gente possa tomar caminhos diferentes.”

A reunião teve como convidado o zootecnista e empresário Raimundo Reis, com larga experiência no setor de pecuária leiteira no estado do Ceará. Ex-presidente da Emater-CE, Raimundo é atualmente sócio-diretor da Leite & Negócios Consultoria, empresa responsável pelo desenvolvimento de ações junto a propriedades leiteiras e indústrias de laticínios na região Nordeste. O encontro vai ter ainda a participação do pesquisador Djalma Cordeiro, da Empresa Pernambucana de Pesquisa Agropecuária (IPA). “É um assunto que precisa ser pensado. A pecuária tem um peso muito grande na produção agropecuária do semiárido, e é uma atividade que requer menos água que a atividade agrícola intensiva. É preciso ver como outros estudos, especificamente esses daqui, do Ceará, vêm trabalhando essa área, porque, em 2012, enquanto nós tivemos uma queda de produção de 60% a 70% de nossa bacia leiteira, o Ceará teve crescimento de sua bacia leiteira. Alagoas também. Essas coisas precisam ser discutidas, analisadas, pesquisadas, e que o estado e os criadores se debrucem sobre essas políticas públicas ou atividades empresariais que precisam ser tomadas para que a gente possa tomar caminhos diferentes”, disse o palestrante sobre o tema.

O Fórum Permanente de Convivência Produtiva com as Secas é um instrumento de debate criado pelo Sebrae em Pernambuco e pela Federação da Agricultura do Estado de Pernambuco (Faepe) no ano de 2014 que congrega especialistas do Brasil e do exterior com o objetivo de discutir a seca como algo passível de solução, a exemplo do que ocorre em países como Estados Unidos, Austrália e Índia. “O Fórum promove uma sequência de informações em que a gente vai da academia ao setor privado, e também ao setor público, que nos atualizam sobre como conviver com a seca de forma produtiva, além de ajudar na criação de ações proativas”, afirma o conselheiro do Sebrae em Pernambuco e presidente da Faepe, Pio Guerra.

Além do Sebrae/PE e da Faepe, o grupo reúne dirigentes de diversas instituições representativas do empresariado, que atuam no sentido de tornar conhecido os avanços disponíveis em monitoramento, convivência e mitigação de ciclos de secas no estado e em outras regiões afetadas pelo fenômeno.

De acordo com informações do Fórum, durante o ano de 2014, entre as experiências relatadas e discutidas, podemos mencionar a situação econômica do semiárido nordestino nas últimas décadas; os projetos implantados no estado do Ceará em termos de convivência com as secas, captação, distribuição e uso de água; o sistema de monitoramento, acompanhamento e mitigação de secas nos Estados Unidos; o que a biotecnologia e o melhoramento genético têm contribuído em termos de desenvolvimento de cultivares para regiões secas e, por último, a situação econômica e social das pequenas propriedades do semiárido comparadas a outras regiões do País. Na primeira reunião deste ano, o Fórum discutiu o tema “Plano de Gestão de Recursos Hídricos do Estado de Pernambuco: agricultura, indústria, cidades e outros usos”, com José Almir Cirilo, secretário-adjunto de Recursos Hídricos do Estado de Pernambuco; e Ramon Rodrigues, engenheiro agrônomo pela Universidade Federal do Ceará (UFC).

A importância da iniciativa está no fato de que o Nordeste passa pelo quinto ano seguido de um período seco, que vem trazendo impactos nas atividades econômicas na maioria dos municípios pernambucanos.

FÓRUM – O Fórum Permanente de Convivência Produtiva com as Secas tem o objetivo de servir como um espaço de debates sobre o tema por instituições empresariais para que sejam apresentadas aos formuladores de políticas, governos e à sociedade soluções duradouras desenvolvidas para a convivência produtiva com os períodos de forte estiagem que possam ser aplicadas em Pernambuco e também no Semiárido brasileiro. “A proposta do fórum se mostrou mais oportuna do que nunca, porque a questão da seca não se extinguiu nesses últimos anos. E aqui, nós tivemos uma percepção de algumas providências que precisam ser tomadas que não tínhamos no passado”, afirmou o presidente da Faepe, Pio Guerra.

Origem – A decisão de criar o Fórum Permanente de Convivência Produtiva com as Secas decorreu da Missão Empresarial Faepe-Sebrae ao México e aos Estados Unidos, realizada em maio de 2013, e que teve como tema “Tecnologia e Políticas Públicas em Regiões Suscetíveis a Seca – México e Estados Unidos da América”. Desde o primeiro encontro, realizado no mês de maio de 2014, foram promovidos debates periódicos com especialistas brasileiros e do exterior, bem como apresentadores e debatedores especializados.

O Fórum Permanente de Convivência Produtiva com as Secas é composto por 13 instituições empresariais: ACP – Associação dos Criadores de Pernambuco, AFCP – Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco, ANAP – Associação Nordestina de Agricultura e Pecuária, AVIPE – Associação Avícola de Pernambuco, FACEP – Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado de Pernambuco, FAEPE – Federação da Agricultura do Estado de Pernambuco, FECOMERCIO/PE – Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Pernambuco, FIEPE – Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco, SEBRAE/PE – Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Pernambuco, SENAR-PE – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, SINDAÇÚCAR – Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Pernambuco e SINDCAPE – Sindicato dos Cultivadores de Cana de Açúcar de Pernambuco.

De Agência

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