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quinta-feira, 2 de abril de 2015

ARTIGO - EFEITO SOCIAL DA PRECE - PAIVA NETTO


Em entrevista à jornalista portuguesa Ana Serra, comentei que — a acepção de Fraternidade e Espiritualidade Ecumênica coloca-nos em sadio contato íntimo com nós mesmos e com o Criador do Universo e Suas criaturas, que constituem o mais perfeito altar onde devemos adorá-Lo, conforme destaquei, em 5/11/1983, no discurso de lançamento da pedra fundamental da sede da Legião da Boa Vontade, em São Paulo/SP, Brasil, durante o 8º Congresso dos Noivos e Casais Legionários. 

Na obra Ao Coração de Deus — Coletânea Ecumênica de Orações (1990), afirmei: Quando se ora, a Alma respira, fertilizando a existência humana. Fazer prece é essencial para desanuviar o horizonte do coração. E isso se encontra ao alcance de todos, porquanto possuímos a inata capacidade de meditar para escolher o caminho adequado e resolver transtornos que se iniciam no Espírito e, depois, se manifestam no corpo humano, muita vez em forma de doença, e, no campo social.

Escrevi em Reflexões da Alma que quem, religioso ou ateu, souber usufruir do silêncio de alma fará brotar, de dentro de si, todas as riquezas que o mundo não lhe pode oferecer, a começar pela Paz de espírito, que Deus nos prometeu e que ninguém, além Dele, nos pode integralmente proporcionar, porque nem na sua totalidade ainda a conhecemos: "Minha Paz vos deixo, minha Paz vos dou. Eu não vos dou a paz do mundo. Eu vos dou a Paz de Deus, que o mundo não vos pode dar. Não se turbe o vosso coração nem se arreceie, porque Eu estarei convosco, todos os dias, até o fim dos tempos" (Evangelho de Jesus, segundo João, 14:27; e Mateus, 28:20). Não há um pensador sério, guardadas as exceções de praxe, que não necessite entrar, mesmo que vez por outra, no ambiente inspirador da reflexão, dando-lhe este ou aquele nome. E isso não favorece apenas a quietude psíquica, mas igualmente a serenidade somática.

Ideia cuja hora chegou

Em Somos todos Profetas (1999), digo: Estamos corpo, mas somos Espírito. A nação que compreender e administrar essa Verdade empolgará e governará o mundo no transcorrer do terceiro milênio. E, se alguém julgar tal raciocínio um delírio, apresento-lhe este aforismo do genial Victor Hugo (1802-1885): "Aqueles que hoje afirmam que uma coisa é impossível de ser concretizada tacitamente se colocam do lado dos que vão perder".

Bem a propósito, o filósofo e sociólogo italiano Pietro Ubaldi (1886-1972), correspondente de Einstein e grande admirador da Legião da Boa Vontade — que definiu como "um movimento novo na História da Humanidade. Coloca o Brasil na vanguarda do mundo" —, numa de suas conferências, lembrou-se deste outro apontamento do gigante de Besançon: "Há uma coisa mais poderosa que todos os exércitos: é uma ideia cujo tempo tenha chegado".


Hoje, até a ciência já considera que a espiritualidade pode reduzir o risco de doenças tidas como graves ou incuráveis. Em entrevista à Super Rede Boa Vontade de Comunicação, em 2009, acerca do tema, declarou o pesquisador, professor e psicobiólogo Ricardo Monezi, do Instituto de Medicina Comportamental da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp): "Atualmente já temos diversos relatos na ciência de que uma pessoa que exercita o bom pensar, a felicidade, todos os bons sentimentos, tem um potencial de defesa do corpo muito maior do que uma pessoa pessimista. (...) Uma pessoa otimista, quando vai ser vacinada, desenvolve anticorpos com uma rapidez muito maior do que a pessimista. E tem muito mais chances de atravessar um processo de adoecimento crônico em relação a uma pessoa pessimista".


A Glória da Ressurreição. Semana Santa!

Jesus, o Supremo Governante desta nossa morada coletiva tem poder, divina e profeticamente o exerce, porque é a Fiel Testemunha(Apocalipse do Cristo, 1:5). Ele testifica o Pai Celestial entre nós, os homens, as mulheres, os jovens, as crianças e os Espíritos, as Almas Benditas, que, como concluímos, firmados na Palavra do Celeste Amigo, não constituem uma abstração: “Meu reino (ainda) não é deste mundo (mas doMundo Espiritual)”.Jesus(João, 18:36).

Por isso, espera que O testemunhemos na Terra, de forma que Ele nos possa testemunhar no Céu, ou Espaço, ou Mundo da Verdade ou Plano dos Espíritos, situa­do em determinadas frequências, que nossos sentidos físicos e o avanço tecnológico por ora não percebem. 

“— Todo aquele que me testemunhar diante dos homens, também Eu o testemunharei diante do meu Pai que está nos céus; mas aquele que me negar diante dos homens, também Eu o negarei diante de meu Pai que está nos céus”(Evangelho, segundo Mateus, 10:32 e 33).

Ressalto que o Divino Crucificado ressuscitou pelo Seu próprio merecimento, pois sempre teve consciência da Sua Divindade, da qual antes fizera jus. Todos do mesmo modo seremos um com Deus, à medida que formos crescendo espiritualmente. Ele disse:

“20 Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que creem em mim, por meio da palavra deles; 

“21 a fim de que todos sejam um; e que como Tu, Pai, és em mim e Eu em Ti, também sejam eles um em nós; para que o mundo saiba e creia que Tu me enviaste.

“22 Eu lhes dei a glória que Tu me deste, para que eles sejam um, como nós somos Um”(Evangelho, consoante João, 17:20 a22).

Quando atingirmos essa Unidade, nada nos será impossível de realizar em benefício dos povos.

O Excelso Pegureiro não renasceu por intermédio de quem quer que seja, como foi o caso de Lázaroe de outros registrados nos relatos religiosos e laicos. Em particular, os que os Seus Apóstolos e Discípulos igualmente fizeram retomar a vida. Ele é o Primogênito dos mortos porque venceu a morte e tornou-se o Soberano dos reis da Terra, a Fiel Testemunha. É Aquele que, para satisfação nossa, nos ama e pelo Seu sangue nos libertou dos nossos pecados. 

Todavia, alguém pode questionar:—Seu sangue?! Mas já secou há muito tempo!...

Seu sangue aqui é a lição imortal que Ele nos legou. Seu exemplo: uma perseverança incomum, uma obstinação incansável no Bem. Foi chicoteado, apedrejado, cuspido, açoitado, coroado de espinhos, crucificado. Deram-Lhe com uma vara na cabeça e, ainda assim, não desertou de Seu Pai e nosso Pai.

Notaram de onde vem a nossa fortaleza? 

Ora, quem está com o Divino Mestre nada pode temer, mesmo nos piores momentos da existência. Ele nos fortalece em Sua Boa Nova, consoante João, 14:18, e Mateus, 28:20, dizendo: “— Eu não vos deixarei órfãos e estarei convosco, todos os dias, até ao fim do mundo”.

Para esses seguidores fiéis, o oportuno ensinamento do Apóstolo Pedro (I Epístola, 2:15) sobre a origem da verdadeira força e do genuíno poder: “— (...) essa é a vontade do Pai Celestial — que, praticando o Bem, façais emudecer a ignorância dos insensatos”.

Desta forma comportou-se Jesus perante os opositores: com Seu modo firme de agir, dando incessante testificação do Sublime Poder, não deixava de fazer o Bem, ao mesmo tempo em que o pregava pelos caminhos. 

Eis, portanto, Quem é e por que é “— a Fiel Testemunha, o Primogênito dos mortos e o Soberano dos reis da Terra, que nos ama e pelo Seu sangue (os exemplos) nos libertou dos nossos pecados”(Apocalipse, 1:5),mostrando-nos como vencer neste mundo de contrariedades. Perseverar Nele e no Pai além do fim, levando o benefício celeste a todas as criaturas, é a chave de nossa sobrevivência. É com esse saber que, antes de tudo, poderá ser concretizado o definitivo aperfeiçoamento da sociedade. Como há muito lhes tenho falado, a reforma do social vem pelo Espiritual. E assim encerrei um dos capítulos de“Jesus, o Profeta Divino”.



José de Paiva Netto é jornalista, radialista e escritor. 

paivanetto@lbv.org.br — www.boavontade.com

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