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quarta-feira, 25 de março de 2015

CONSUMO - ALTA DE PREÇOS DOS PRODUTOS DA PÁSCOA CHEGA A 16%

Embora seja comemorada somente na próxima semana, a Páscoa já está cerca de 10% mais cara para quem mora na Região Metropolitana do Recife. O índice, que inclui produtos e serviços, considera uma leitura da inflação acumulada nos últimos 12 meses. No País, o percentual estimado é de 9,1%. Os maiores aumentos estão entre algumas variedades de peixes, chocolates e alimentação fora de casa.

A RMR está mais cara que a média nacional principalmente nos chocolates, (com 16,7% aqui contra 10,9% do nacional), pescados (13,6% versus 9,3%) e alimentação fora do domicílio (12,4% e 9,9%). As informações da Região Metropolitana do Recife são do Instituto Fecomércio PE, com base em dados do IPCA-15, prévia do Índice de Preços ao Consumidor Amplo, nos últimos 12 meses. O percentual nacional é da Câmara Nacional do Comércio (CNC). 

A diferença entre os dois é que no da RMR não puderam ser contabilizados os itens azeite e pedágio, pois não entram na prévia. Contudo, ambos fazem uma “pacote Páscoa”, incluindo produtos e serviços consumidos na data comemorativa, incluindo ainda bolo, refrigerantes, água, outras bebidas alcoólicas, passagens de ônibus (intermunicipal e interestadual) e de avião, além de combustíveis para veículos.

COMO ECONOMIZAR - Para o economista da CNC Fábio Bentes, a alta dos preços vai pressionar as pessoas a mudarem os hábitos para que possam economizar. “Para quem está com orçamento muito apertado, com dívida, não é o momento de fazer extravagância”, alerta. 

Ele exemplifica com a diferença entre o aumento de preços dos ovos e outros produtos de chocolate. Enquanto os industrializados subiram mais de 10%, os itens utilizados na feitura caseira tiveram aumento de apenas 1,6% (leite, leite condensado, chocolate em pó, etc). Outro exemplo é a alimentação fora do domicílio, cujo peso no bolso do consumidor ficou 10,4% maior, contra 7% de reajuste sobre a comida que se faz em casa. 

Há itens sempre presentes em refeições de datas especiais que também dispararam. O quilo do damasco no Centro passou de R$ 30 para R$ 60. A dica é ficar mesmo com ameixas e uvas passas. “Essas não aumentaram muito”, diz a empresária Manu Ferreira, da loja especializada MJ Bandeira. 

O bacalhau é outro produto que está na berlinda. Embora não entre na lista do IPCA, uma consulta rápida aos comerciantes do Centro do Recife mostra a diferença. No mesmo período do ano passado, o quilo do produto era vendido a cerca de R$ 17 e está a R$ 26 – alta de 64%. Mesmo no fim de 2014 o preço já vinha subindo e chegava a R$ 22. “Tudo que se puder trocar por produtos nacionais é melhor”, aconselha Bentes. O peixeiro Ozias Santos garante que diversas qualidades de peixe mantiveram preços ou aumentaram pouco. Na lista do IPCA dos últimos 12 meses, a tilápia, por exemplo, ficou 6,32% mais barata. 

Mesmo assim, quem vende o bacalhau aposta na força da data. O comerciante Adilson Barbosa, que tem uma banca próxima ao Mercado de São José, no Centro da cidade, diz que só vai poder avaliar o movimento na próxima semana, mas que aposta em boas vendas. “O pessoal sempre compra, né? Bacalhau é tradição”. 

Para a dona de casa Rosemery dos Santos, 52, independentemente de “crises”, o ideal é pesquisar e antecipar as compras. “Assim não tem agonia e dá pra economizar”, garante. 
VENDAS - Nesta terça (24), a CNC também divulgou a expectativa de vendas para a Páscoa. Segundo a instituição, a previsão é que o faturamento real caia 0,5%, a primeira vez desde 2004 que esse percentual é negativo. Em 2014 houve incremento de 3% acima do ano anterior. Para o economista da CNC Fábio Bentes, muitos dos itens da Páscoa foram influenciados pela alta do dólar, seja na matéria-prima ou porque são importados, e outros pelos reajustes recentes, como os combustíveis.

Presidente da Associação Pernambucana de Atacadistas e Distribuidores (Aspa), José Luiz Torres diz que a expectativa é de estabilidade, mas considerando a possibilidade de uma leve queda nas vendas. “Quem tem estoque antigo vai ter que fazer uma média de preços”, comenta, referindo-se especialmente a produtos em que a importação é comum, como os vinhos. 

A Associação Pernambucana de Supermercados (Apes) foi procurada mas não retornou os contatos da reportagem. A Fecomércio PE não tinha porta-voz disponível no fim da tarde desta terça (24) para comentar o assunto.

Do Jornal do Comércio

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