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segunda-feira, 18 de agosto de 2014

ADEUS - SERENA, DONA RENATA NÃO QUIS CHORO EM DESPEDIDA DE EDUARDO

A postura da viúva do ex-governador comove a todos. Como uma fortaleza, ela conforta quando deveria ser confortada. Afaga quando deveria receber mais carinho - porque neste momento quanto mais carinho se recebe, mais se precisa dele. Na última quarta-feira (13), dia do acidente que matou seu marido, o presidenciável Eduardo Campos, e mais seis vítimas, Renata vem recebendo uma verdadeira romaria na casa da família, no bairro de Dois Irmãos, na Zona Norte do Recife. 

Renata Campos convoca líderes políticos e militância da Frente Popular para reuniãoDesde quando o acidente foi confirmado, a pergunta que pairava era: e como está Renata? Mas, quem da casa saía, levava uma espécie de alívio. Dona Renata, como o ex-governador gostava de chamá-la, estava sofrida mas bastante serena. Caminhava pela casa com o filho mais novo, Miguel, no colo recebendo as condolências e por muitas vezes consolava os chorosos. À secretária de Cultura do Recife, Leda Alves, confessou: "Penso que é um pesadelo, que daqui a pouco ele chega por aí". 


Além da força, chamou atenção pela solidariedade. Quando decidida a comitiva pernambucana para acompanhar o processo de identificação dos corpos em São Paulo e cuidar dos traslado das vítimas, foi taxativa e pediu que todos estivessem juntos na volta, inclusive cedendo espaço para velório no campo do Palácio das Princesas, no Centro da capital pernambucana. "Foram todos juntos, voltam todos juntos", disse ao grupo comandado por Fernando Bezerra Coelho. 

Nesta segunda-feira (18), Renata completa 47 anos. É o aniversário dela, mas quem ganha são esses corações apertados, cheios de luto por perder alguém que nos parece tão próximo. Ganham porque nestes últimos dias ela vem ensinando a suportar a dor, a aceitar o inaceitável e a seguir os passos, mesmo que o caminho pareça tão difícil. Não estava no script esta história. 

Na missa campal em memória do ex-governador, Renata não quis choro. Centro da cerimônia, recebeu os cumprimentos pesarosos de políticos, familiares e desconhecidos. Por vezes, até parava para conversar com alguém da multidão. Da trupe de cantores que passaram pela cerimônia para prestar homenagens, recebeu condolências. Para lembrar a história do casal, entoaram versos de Ai Que Saudade D'ocê. Mais uma vez, ela surpreendeu: abriu um sorriso terno e ainda ensaiou alguns passos do forró junto aos filhos. E as mais de cem mil pessoas que acompanhavam a celebração, completaram com gritos: "Renata, Renata, Renata!".

Do NE10

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