Embora faça questão de lembrar o histórico da sua família na luta contra a ditadura e a favor da democracia, o governador Eduardo Campos (PSB) evitou atrito com o presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), Guilherme Uchoa (PDT), ao ser questionado nesta quinta-feira (5) sobre a tentativa do aliado de censurar a imprensa pernambucana.
Instado a se posicionar sobre o episódio, o socialista falou ao longo de um minuto e meio sobre liberdade de imprensa, mas não fez qualquer referência à pergunta sobre Guilherme Uchoa, que conseguiu na Justiça uma decisão liminar que impediu o Jornal do Commercio, o Diario de Pernambuco e a TV Clube de mencionar seu nome no caso de concessão de guarda ilegal.
"Durante toda minha vida política, da minha familia, do meu partido, sempre defendi a mais larga liberdade de imprensa. Sempre me coloquei contra os regimes e governos que cercearam a liberdade de imprensa", desconversou. "Então o senhor condena a atitude do deputado?", perguntou uma jornalista. "O que eu tinha a dizer eu disse", se limitou a responder.
O governador negou a informação de que influenciou a iniciativa do deputado de retirar a ação, anunciada nessa quarta (4), quatro dias após um oficial da Justiça notificar os jornais da decisão do juiz plantonista Sebastião de Siqueira Sousa em pleno sábado.
A ação judicial de censura foi repudiada por órgãos como a Ordem dos Advogados do Brasil secção Pernambuco (OAB-PE) e o Sindicato dos Jornalistas de Pernambuco (Sinjope). O caso foi publicado em jornais nacionais, como a Folha de S.Paulo, O Estado de S.Paulo, Valor Econômico e o portal UOL.
Guilherme Uchoa é pai da advogada Giovana Uchoa, que é investigada por ter supostamente praticado tráfico de influência para viabilizar concessão de guarda provisória a um casal que sequer estava inscrito no Cadastro Nacional de Adoação (CNA).
Após divulgação do caso na imprensa, a criança foi devolvida pelo casal e entregue a uma nova família, inscrita no CNA.
Do Blog do Jamildo
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