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segunda-feira, 1 de julho de 2013

FIM DO INCENTIVO - LOJAS PROMETEM SEGURAR PREÇOS MESMO COM ALTA DO IPI

A princípio, o consumidor não sentirá no bolso o impacto da elevação do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para móveis e eletrodomésticos, que começa a vigorar a partir de hoje. O repasse do tributo para os preços por fabricantes e lojistas não será imediato, sob pena de as vendas, que já andam fracas, desabarem. Os empresários admitem que, com a inflação destruindo o poder de compra, o excesso de endividamento das famílias, a alta dos juros e a desvalorização do real frente ao dólar, o orçamento dos consumidores não comporta mais reajustes.

O quadro está tão dramático para os lojistas que, antes mesmo de o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciar o fim do IPI reduzido — o imposto subirá gradualmente até setembro —, as perspectivas para as vendas já eram ruins. A previsão era de crescimento de 4%, metade do registrado em 2012. Agora, as apostas são de incremento de 2%, caso a inflação dê uma trégua nos próximos meses. “Estamos em meio a um quadro de grandes incertezas”, admitiu Carlos Thadeu de Freitas Gomes, economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio (CNC).

Para ele, a tendência do varejo é de piorar, se o dólar subir demais. Muitos dos produtos que hoje abastecem os supermercados e garantem a oferta são importados. “Vamos ver até onde vai a moeda norte-americana. O Banco Central já fez várias intervenções no mercado, mas a divisa atingiu R$ 2,23. O razoável seria algo entre R$ 2,10 e R$ 2,15”, afirmou. “Estamos muito preocupados com o segundo semestre, historicamente, o melhor período para o comércio. Mas, com o bolso vazio, os consumidores não tendem a ir às compras como o desejado”, acrescentou.

O receio é compartilhado por Roque Pellizzaro Junior, presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). Na análise dele, o governo espera compensar a queda nas vendas decorrentes da alta do IPI com a linha de crédito Minha Casa Melhor, que financia a compra de móveis e eletrodomésticos aos beneficiários do programa Minha Casa, Minha Vida, no valor de até R$ 5 mil, em no máximo 48 prestações. As taxas de juros são de 0,4% ao mês (5% ao ano). As lojas credenciadas podem dar desconto de 5% nas operações.

A intenção do governo é considerada boa, mas permanece a interrogação: “Quanto desse público que comprou casa própria e está com parte do orçamento comprometido com as prestações vai, efetivamente, adquirir mobília ou eletrodomésticos por meio de mais dívidas?”, questionou Pellizzaro. Ele disse não estar convencido de que serão muitos, porque o cliente olhará as tabelas e constatará que o retorno do IPI, nesse momento, foi salgado.

Fique ligado

Veja como ficará o imposto

Itens IPI hoje IPI segunda IPI original

Fogão 2% 3% 4%
Tanquinho 3,5% 4,5% 10%
Geladeira e freezer 7,5% 8,5% 15%
Máquina de lavar 10% 10% 20%
Móveis 2,5% 3% 5%
Luminárias e lustres 7,5% 10% 15%
Papel de parede 10% 15% 20%

Fonte: Ministério da Fazenda

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