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sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

OURICURI - CENTENAS DE PESSOAS PEDEM O FIM DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

O município de Ouricuri esteve de luto na noite de terça-feira, 08. Vestidos de preto, com velas acesas, faixas e cartazes, centenas de homens e mulheres clamaram pelo fim da violência contra a mulher. A vigília foi iniciada na frente da Igreja Matriz de São Sebastião, após a missa de sétimo dia de Yana Luiza Moura, 30 anos, assassinada pelo seu esposo, Capitão da policia militar Dário Ângelo Lucas da Silva no último dia 02.

Com o intuito de chamar a atenção para este caso e de outras mulheres que foram violentadas e mortas por seus companheiros, os manifestantes fizeram paradas estratégicas na frente da Promotoria, Delegacia e Batalhão da Policia Militar onde fixaram cruzes com nomes de mulheres que foram vítimas de violência doméstica.

Nos cartazes e faixas empunhadas pelos manifestantes, destacavam-se frases como: “Que as patentes não sejam escudo da violência” e “A violência doméstica é um câncer no lar” que traduziam a urgência da consciência sobre o problema, pela população. O protesto foi fruto da iniciativa do Fórum de Mulheres do Araripe e familiares de Yana Luiza, com apoio de diversos parceiros, entre eles, a Ong Caatinga.

Para a Coordenadora do Fórum de Mulheres do Araripe, Francisca Nunes conhecida como Tica de Nere, esse foi um momento ímpar. “O grito por justiça que as pessoas fizeram por conta própria, neste ato, será marcado no movimento das mulheres e será um forte aliado para que a justiça aconteça. Nunca imaginei que tantas pessoas, mesmo com medo, estivessem presentes. Vi no rosto de cada pessoa a indignação e vontade que a justiça seja feita!”, declarou.

O período de vigília segue até o dia 02 de fevereiro, quando o Fórum realizará um novo ato em Ouricuri, após a missa de 30 dias de falecimento de Yana Moura. Até a data, serão circuladas informações sobre a violência contra a mulher nas redes sociais e espaços de mídia. Para organizar os próximos eventos e avaliar o protesto ocorrido ontem, 08, será realizada uma reunião na próxima sexta-feira, 11, às 19h na sede da Associação dos Agentes Comunitários de Saúde, localizado na Avenida capim Grosso, nº 12, no Bairro Santa Maria.

Além dos manifestos, o Fórum de Mulheres elaborou uma carta pedindo justiça para o crime cometido contra Yana, cujo título é “Assassinada brutalmente mais uma mulher em Pernambuco: Luta para que a JUSTIÇA seja maior que a patente de capitão!”.

O TEOR DA CARTA

Yana Luiza Moura de Andrade, 30 anos, mãe de dois filhos, foi assassinada pelo marido, Dario Ângelo Lucas da Silva, oficial da Polícia Militar, comandante da 2ª. CPM de Exu-PE, no dia 02 de janeiro de 2013, no apartamento de sua sogra, em Paulista-PE. Um crime premeditado pelo assassino que vinha ameaçando a vítima a ponto de conseguir levá-la para distante de sua cidade Natal, Ouricuri-Pe, com pretexto de passar o réveillon em Recife.

Segundo o laudo pericial, Yana foi espancada antes de ser assassinada, pois vários hematomas foram diagnosticados no seu corpo, o que significa que estamos diante de um crime de tortura seguido de assassinato. Mais uma brutalidade do machismo.

Um ato covarde e desumano de um oficial da PM, que teria o dever de promover a segurança da população, indigna o Fórum de Mulheres do Araripe e a população de Ouricuri, que clama por justiça.

A Lei Maria da Penha é um mecanismo fundamental para combater à violência doméstica acometida contra as mulheres e punição dos agressores. Todavia, também sabemos, que no nosso país ainda vivenciamos diversas situações de privilégios que motivam a impunidade. Esperamos que a patente de capitão da PM, carregada por esse assassino não se transforme em escudo para a impunidade.

As mulheres do Araripe e suas organizações estarão em permanente vigília, e conta com o Estado e o Ministério Público no cumprimento do seu dever para que a Lei Maria da Penha seja cumprida sem interferência de patentes.

O Fórum de Mulheres do Araripe, Fórum de Mulheres de Pernambuco e a Articulação das Mulheres Brasileiras, solicitam a Secretaria Estadual da Mulher para somar força nessa vigília para que mais um caso de brutalidade não seja amenizado nem tampouco impune.

Usaremos toda nossa indignação na mobilização e pressão para que a brutalidade cometida com Yana e tantas outras Marias, Joanas, Severinas… Não fique impune e que seja aplicada a pena conforme o seu crime cometido. Faremos manifestações, usaremos as redes sociais, a mídia e a luta pelos direitos das mulheres até que o Capitão Assassino, réu confesso, seja julgado e condenado pelo seu crime!

Da ASCOM Caatinga/Blog do Martinho Filho/Blog do Fredson

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