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segunda-feira, 12 de novembro de 2012

ENCONTRO - GOVERNADORES NORDESTINOS DEBATEM SECA E FPM COM DILMA


A redução do repasse de verbas federais através dos Fundos de Participação dos Estados (FPE) e dos Municípios (FPM) - motivada pelas benesses fiscais concedidas pelo governo Federal - se transformou em uma questão extrapauta no encontro que a presidente Dilma Roussef (PT) teve sexta-feira com os governadores do Nordeste, durante reunião do Conselho Deliberativo da Sudene, no Hotel Deville, em Salvador (BA). A expectativa era de que o evento marcasse o primeiro encontro entre o governador Eduardo Campos (PSB) e a presidente depois das eleições municipais, quando o PSB e o PT se enfrentaram em várias cidades importantes do País, mas esse encontro foi antecipado em um jantar, que ocorreu na quarta (7), em Brasília.

Após a reunião com a presidente, em entrevista à Rádio Jornal, Eduardo associou a forte seca que atinge o Nordeste – pauta administrativa oficial do encontro – com a queda dos repasses financeiros aos municípios. “O fato é que todos os municípios da região da seca, seja do Agreste ou do Sertão, vivem basicamente dos repasses de FPE e FPM, e um pouco do ICMS, que até melhorou por iniciativa nossa, de distribuição mais justa. Mas o FPM caiu muito. Neste mês de outubro, houve uma queda de 20% em relação ao mesmo período do ano passado. Aí você coloca (junto) uma estiagem como essa, que aumenta a despesa dos municípios, e uma queda de 20% na receita. Com certeza complica muito a situação dos municípios”, argumentou o socialista, indicando que o tema será levado à reunião.

Ainda de acordo com Eduardo Campos, a “crise fiscal”, tecla em que ele vem batendo já há algum tempo, também acabou sendo o tema central da reunião que os governadores tiveram com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, na quarta (7), em Brasília.

A expectativa para esta sexta, porém, é de que, por se tratar de uma pauta administrativa da Sudene, questões políticas não sejam aprofundadas. O próprio Eduardo adiantou que só tocará nesse tema se a iniciativa partir da presidente.

DILMA AFAGA PSB E CID GOMES LANÇA EDUARDO CAMPOS PARA VICE
Depois de promover um jantar para afagar o PMDB, a presidente Dilma Rousseff fez um gesto para contornar as divergências com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), que se posiciona na disputa pelo Palácio do Planalto. Dilma jantou com Campos na quarta-feira (7) e na quinta-feira (8) almoçou com o governador do Ceará, Cid Gomes (PSB). A intenção era destacar a harmonia da base aliada, mas Cid saiu do encontro defendendo Campos para vice em uma chapa de reeleição liderada por Dilma.

“Se o PMDB ficar com as presidências da Câmara e do Senado, já está de bom tamanho”, avaliou Cid. “Nesse cenário, eu defendo que o candidato a vice-presidente, em 2014, seja Eduardo Campos.” A declaração provocou constrangimento nas fileiras do PMDB, que quer repetir a dobradinha com o atual vice, Michel Temer, e surpreendeu Dilma.

Antes da conversa com Cid, no Palácio da Alvorada, Dilma amenizou os ruídos com o PSB. Disse que o diálogo com Campos, presidente do partido, tinha sido muito proveitoso e admitiu a necessidade de fazer um carinho na direção do aliado. “Todos precisam de afago, minha filha”, afirmou a presidente, dirigindo-se à repórter do Estado. “Quem não precisa de afago, em sendo humano? Todos nós precisamos.”

Campos disse que o PSB vai apoiar a reeleição de Dilma, em 2014, e garantiu a fidelidade do partido. “Esse é o papel que cumpriremos. Não vamos entrar no jogo daqueles que querem fazer da eleição municipal um veredicto para a nossa relação nas próximas décadas”, insistiu o governador. Na contramão das afirmações de Cid, Campos assegurou, ainda, que não pretende ser vice na provável chapa para um segundo mandato de Dilma.

O PSB derrotou o PT em Belo Horizonte e no Recife, duas capitais de peso político. Além disso, os partidos se enfrentaram em várias outras cidades. Nos últimos dias, Campos cobrou ações mais efetivas do Planalto para enfrentar a crise econômica e disse que, se a discussão ficasse concentrada nas eleições de 2014, assuntos importantes, como o preço da energia elétrica, seriam relegados a segundo plano.

Relação. “Não existem essas diferenças (entre o PT e o PSB)”, minimizou Dilma, na quinta-feira (08). “A nossa relação sempre se manteve a mesma.” Nas conversas reservadas com Campos e com Cid, a presidente mostrou-se disposta a acabar com os dissabores no relacionamento entre os dois partidos. “Nós temos projetos que muitas vezes são antagônicos a seus aliados”, retrucou o governador do Ceará, numa referência ao PMDB de Temer.

Cid deixou claro, porém, que Campos pode esperar para se candidatar ao Planalto somente em 2018. “Ele é novo e pode aproveitar para andar mais pelo Brasil”, afirmou, repetindo o mantra entoado pelo correligionário. Dilma evitou fazer comentários e disse compreender que os partidos tenham “um projeto nacional”. Foi o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que pediu a Dilma para tentar “agregar” Campos. Para ele, o governador de Pernambuco “tem um pé em cada canoa”, já que também flerta com o PSDB. 

EM JANTAR COM EDUARDO CAMPOS, DILMA MINIMINIZA INTRIGAS
No jantar com a presidente Dilma Rousseff, na quarta-feira (7), no Palácio da Alvorada, o governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, disse que “fofoqueiros” de seu partido e do PT fazem de tudo para intrigá-los e assim levá-los a um rompimento político. “Mas não vão conseguir”, afirmou ele. Dilma respondeu que ninguém conseguirá afastá-los, porque o projeto político dela e de Campos é “trabalhar” pelo futuro do País.

Campos disse ainda que já identificou o que está por trás das fofocas que, segundo ele, fazem chegar informações “falsas” a Dilma e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, segundo as quais ele estaria plantando as sementes de uma candidatura à Presidência em 2014.

“Essas pessoas trabalham para tirar o PSB da base do governo”, disse ele. “Nós não vamos deixar que intrigas nos atrapalhem”, respondeu a presidente. “Vamos fazer uma linha direta de comunicação entre nós”, completou Dilma, que iniciou a conversa com o governador de Pernambuco dizendo que a campanha eleitoral terminou e que o momento é de olhar para o futuro. “As diferenças eleitorais ficaram para trás.”

Do jantar participaram também a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais), o presidente do PT, Rui Falcão, e o vice-presidente do PSB, Roberto Amaral.

Numa espécie de prestação de contas da eleição de outubro, o governador disse à presidente que embora fiquem falando que o PSB atropelou o PT, nada disso ocorreu.

Ele apresentou alguns números à presidente. No fim das contas, disse que o PSB apoiou mais o PT do que o PT o PSB. Alegou, porém, que não estava fazendo nenhuma reclamação. “Isso faz parte. O PT tem a política de alianças dele e nós temos a nossa.” A presidente, segundo narrativa de um dos presentes, concordou.

CARROS PIPAS NÃO SÃO A MELHOR SOLUÇÃO PARA A SECA NO NORDESTE, DIZ DILMA 


Após o anúncio do investimento de R$ 1,8 bilhão para obras de prevenção da seca, a presidente Dilma Rousseff cobrou integração entre os governos para enfrentar os efeitos da estiagem, considerada a mais devastadora dos últimos 40 anos.

O pedido foi direcionado aos governadores que participaram da reunião do Conselho Deliberativo da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Condel), realizada na tarde de sexta-feira (9), no Hotel Deville, na praia de Itapoã, em Salvador (BA).

"As coisas deram certo até agora em parceria. Sozinhos não vamos resolver", ressaltou Dilma, reforçando a fala do ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, que alertou para as ações serem tomadas em conjunto com o governo federal e os comitês estaduais de combate à seca, evitando assim o choque de medidas.

O encontro também contou com a presença de representantes de outros órgãos envolvidos no plano de prevenção da estiagem, como a Agência Nacional de Águas, Fundação Nacional de Saúde (Funasa), Ministério das Cidades, Banco do Nordeste e Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Em discurso, a presidente se mostrou contente pelo que o seu governo tem investido para amenizar os problemas da falta de chuva na região Nordeste e norte de Minas Gerais. "Esse país não tem o direito de deixar que a seca se transforme em um flagelo", salienta.

No entanto, Dilma frisou que somente obras estruturantes podem resolver o problema histórico da região, que deve continuar sofrendo com os baixos níveis de precipitação pluviométrica até fevereiro de 2013, segundo o relatório da Secretaria de Políticas e Programas de Pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

"Nós nos [governo] orgulhamos por termos feito a maior operação desse país para amenizar os efeitos da seca, mas achamos que os carros-pipa não são a solução para o Nordeste", pontua a presidente depois de justificar que a prática será mantida enquanto as obras não ficam prontas.

Todos os governadores assinaram termos de compromissos para a realização das 77 obras. Os estados que mais receberão recursos do PAC de Prevenção da Seca são a Bahia (R$ 454,9 mi), Piauí (R$ 307,5 mi) e Pernambuco (R$ 242 mi).

A estiagem desse ano afetou dez estados, sendo nove nordestinos e Minas Gerais, no Sudeste brasileiro, prejudicando a vida de mais de 10 milhões de pessoas. Ao todo, 1.317 municípios decretaram situação de emergência.

Apesar das medidas anunciadas, Dilma Rousseff se disse insatisfeita com a oferta e o processo de distribuição de milho para o pequeno agricultor e assegurou que vai avaliar junto à Conab como subsidiar uma quantidade maior do grão para os criadores não perderem os animais. "Vamos nos preparar para sustentar rebanhos e recompô-los", prometeu.

Durante o pronunciamento, a presidente adiantou que, na próxima terça-feira (13), será lançado o Programa de Irrigação para o Nordeste. A reunião da Condel foi concluída após o discurso de Dilma, que saiu sem falar com a imprensa, cujos profissionais ficaram retidos no auditório até que ela deixasse o hotel

Fonte - Agência Estado/Agência Brasil/Blog do Fredson/Portal Araripina

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