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segunda-feira, 28 de junho de 2010

SERTÃO - MISSA DO VAQUEIRO MOBILIZA PETROLINA


Com suas indumentárias compostas por jaquetas e chapéu de couro, gibão, botas, luvas e peitoral, vaqueiros de todo o Vale do São Francisco participaram hoje pela manhã, às margens do Rio São Francisco, na orla de Petrolina, da 69ª edição da Missa do Vaqueiro do município sertanejo. Homenagens, lembranças pelos que morreram na lida diária e pedidos de bênçãos fizeram parte do roteiro de emoções que costumam permear o evento.

“É uma celebração muito bonita, emocionante e que na verdade mostra o quanto esses legítimos representantes sertanejos se orgulham de mostrar suas origens. É importante mantermos esse lado cultural que é o da preservação de nossas raízes e manifestações”, destacou o radialista e um dos idealizadores do evento, Carlos Augusto Amariz.

Segundo o comunicador, foi a partir da festa em Petrolina que outras missas similares foram desencadeadas em outras áreas do Estado e do Nordeste. “A festa daqui é a mãe das festas de vaqueiro. Diz a história que tudo começou quando o pai do padre João Câncio, seu Chico Avelino, juntamente com outros vaqueiros, fizeram uma promessa para tentar curar o vaqueiro conhecido como Caboclo Timóteo (que numa pega de boi foi ferido com um pedaço de pau). A partir disso a missa passou a ser celebrada todos os anos”, conta.

Antes de começar a celebração religiosa por volta das 10:00 da manhã, os vaqueiros tomaram um café reforçado no Estádio Paulo de Souza Coelho. Em seguida, devidamente caracterizados com suas roupas e os instrumentos que utilizam no dia a dia, seguiram em desfile por algumas das principais vias públicas centrais até alcançarem a Porta do Rio, na Orla.

Os organizadores contabilizaram a participação de mais de mil vaqueiros no evento. A missa foi celebrada pelo padre José Guimarães e contou com o reforço do Coral de Aboio de Serrita, além das participações de Pedrinho e Edvaldo Aboiador. Em um determinado momento da cerimônia, vaqueiros que morreram na lida foram lembrados.

Seu Gilson Gomes, 59, há 20 morador de Petrolina, afirma que não perde a Missa do Vaqueiro por nada. “Apesar de ter morado muito tempo no Sul, nunca perdi o interesse por toda a cultura presente neste semiárido. Não se pode pensar em Nordeste, em Sertão, sem ter uma imagem de vaqueiro na cabeça. Faço questão de acompanhar essa celebração de fé e homenagens”, destacou.

“É uma festa com muito amor e, acima de tudo, com uma imensa vontade de fazer prevalecer a nossa cultura. Que essa tradição nunca se acabe”, frisou Carlos Augusto Amariz.

Para garantir a segurança e organização do evento, instituições como Polícia Militar, Samu, Empresa Petrolinense de Trânsito e Transporte Coletivo (EPTTC), disponibilizaram efetivos.

Roseanne Albuquerque
Núcleo SJCC em Petrolina

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