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sexta-feira, 20 de novembro de 2009

SAÚDE - O BRASILEIRO ESTÁ MAIS ALTO E PESADO


O brasileiro está mais alto e morre menos de doenças do coração. Em compensação, está mais gordo e morre mais de diabete. A conclusão está em dados preliminares de um estudo divulgado ontem pelo Ministério da Saúde. Intitulado “Saúde Brasil 2008”, o levantamento constata mudanças no perfil nutricional brasileiro. O País sai de um estado de desnutrição para o de sobrepeso: 43,3% das pessoas com mais de 18 anos que vivem nas capitais estão com o peso acima do ideal.

“Há uma redução expressiva na subnutrição, especialmente na população infantil, mas há também uma má qualidade na alimentação, além da falta de atividade física”, disse Deborah Malta, uma das responsáveis pela pesquisa. “A obesidade já significa um problema importante na saúde pública.”

Quanto à altura, a pesquisa aponta que as mulheres brasileiras ganharam em média 3,3 centímetros entre 1989 e 2003, enquanto os homens aumentaram 1,9 centímetro no período. A tendência de crescimento é maior entre os meninos de 10 a 19 anos.

Ainda segundo o ministério, os indicadores de mortalidade no Nordeste são os piores do País, mas não foram divulgados números específicos da região. Um dos motivos seria a falta de ampliação da rede básica de atendimento.

No País, o risco de morte por diabete passou de 16,3 por 100 mil habitantes para 24 por 100 mil, entre 1990 e 2006. As mortes por doenças cardiovasculares, porém, sofreram uma queda. O estudo aponta uma diminuição de 20% nas mortes por doenças do coração, no período.

A Sociedade Brasileira de Cardiologia destacou que a diminuição das mortes por doenças cardiovasculares, aquelas que mais matam no País, deve ser atribuída à melhora dos tratamentos e à queda do tabagismo. Em 1989, 31% da população fumava regularmente. Esse índice caiu para 16,3% em 2008.

“Ao mesmo tempo em que ficamos contentes, há um aumento da obesidade e da diabete, o que é uma bomba relógio”, afirmou Rui Ramos, diretor de promoção da saúde da sociedade. A diabete e a obesidade contribuem decisivamente para as mortes por problemas cardiovasculares.

Os especialistas consideraram “estranho” o ministério separar os óbitos por problemas circulatórios das mortes por diabete. Isso porque a maioria dos diabéticos morre de problemas circulatórios. Questionada pela reportagem, a pasta reconheceu que entre os casos de mortes de diabéticos estão pessoas que tiveram como causa de morte doenças circulatórias associadas à diabete.

“Praticamente não temos no Brasil mortes causadas diretamente pela diabete. Isso porque o sistema público de saúde distribui medicamentos e insumos contra a doença”, diz Antonio Roberto Chacra, professor de endocrinologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

MORTALIDADE INFANTIL CAI 60% NO PAÍS

O número de mortes de crianças brasileiras com menos de um ano caiu 59,7% entre 1990 e 2007. A taxa de mortalidade infantil passou de 47,1 óbitos para cada mil bebês nascidos vivos para 19,3 mortes nesse período. A quantidade de crianças mortas por diarreia – causa que pode ser evitada – diminuiu 93,7% entre 1980 e 2005.

Há quatro anos foram 1.988 mortes, contra 32.704 em 1980. Com isso, o problema passou de segunda principal causa de morte infantil para a quarta. A primeira causa são as afecções perinatais, causadas na primeira semana de vida. Segundo o Ministério da Saúde, todas as causas de mortalidade infantil sofreram redução.

O estudo “Saúde Brasil 2008” revelou ainda que somente 0,2% das crianças morreram por doenças contra as quais existe vacina. A vacina tetravalente, que imuniza contra difteria, tétano, coqueluche e meningite, cobriu 98% das crianças. A contra sarampo cobriu 100% delas em 2006.

A desnutrição, que atingia 13,4% das crianças com menos de 5 anos em 1996, acometeu 6,7% delas dez anos depois. O governo estima que a desnutrição infantil chegue a zero nos próximos dez ou 15 anos. “Houve uma melhora, sem dúvida, no padrão nutricional das crianças”, afirmou Deborah Malta, coordenadora do estudo.

O problema de sobrepeso, por outro lado, ainda não é significativo entre crianças e adolescentes. Deborah alertou, no entanto, para uma tendência, principalmente entre meninos e adolescentes do sexo masculino, de aumentar o peso.

“Nós temos uma preocupação com os adolescentes. Tem aumentado, com uma velocidade maior em meninos, as curvas do Índice de Massa Corporal (IMC). Os meninos estão tendo uma tendência de aumento de peso maior que as meninas”, disse.

Fonte-JC

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