ARARIPINA

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domingo, 29 de novembro de 2009

POLÊMICA DOS SHOWS - SHOW DA EMPETUR EM IPUBI EXISTIU OU NÃO?


Ipubi é um pequeno município do Sertão do Araripe pernambucano, distante 581 quilômetros do Recife e habitado por cerca de 28 mil habitantes. Assim como na maioria das cidades do interior do Estado, as festas de ruas são eventos especialíssimos por lá, aguardados com ansiedade por boa parte dos habitantes. A denúncia de que a Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur) teria promovido shows em 23 cidades do Estado, entre elas Ipubi, com cachês superfaturados, provocou tumulto na Câmara do município sertanejo ontem. Vereadores juram que nenhuma das atrações se apresentou. E mais: não houve a festa.

Nos documentos enviados ao gabinete da deputada Terezinha Nunes (PSDB) após pedido de informação protocolado em junho, a Secretaria de Turismo informou que realizou em Ipubi três shows no dia 27 de dezembro, o último sábado antes do réveillon. As atrações: Forró do Muído, Banda Tropicália e Orquestra Brasil, com custos de R$ 90 mil, R$ 80 mil e R$ 17 mil respectivamente. Os eventos compuseram, de acordo com a Empetur, o projeto Festejos Natalinos 2008, realizado através de convênio entre o governo do Estado e o Ministério do Turismo. “Não teve esse show aqui não. Forró do Muído nunca se apresentou no nosso município. Tem alguma coisa errada. Falo isso porque o pessoal todo quer essa banda aqui e acha que a gente (políticos) deixa de fazer a festa para fazer falcatrua”, afirmou o vereador Lenivan Miranda da Costa (PR), mais conhecido como Lenivan Laurentino. Ele foi o vereador mais votado de Ipubi na eleição passada. Obteve 1.072 votos.

Em Ipubi, as principais festas de rua acontecem em março, agosto, setembro e outubro. As comemorações fervilham no dia 2 de março, no aniversário de fundação do município, e em agosto, na festa da Padroeira, Nossa Senhora de Perpétuo Socorro. “Eu fiquei surpreso com essa informação. Tenho cem por cento de certeza que não existiu isso aqui”, complementou Laurentino em entrevista telefônica concedida ontem ao Jornal do Commercio. Presidente da Câmara, Marinalva Angélica Alves da Silva (PTB), mais conhecida como Marinalva de KK, atendeu à ligação da reportagem e também afirmou não saber da existência do evento. “Eu estava viajando, fui para o Maranhão. Mas não ouvi nenhum comentário disso”, afirmou ela.

Terceiro membro do Legislativo municipal de Ipubi ouvido pelo JC, o vereador Paulo José Sarmento (PSB), ou Zé Bolinha, como é mais conhecido pelos conterrâneos, também não lembra do show. “Não estou sabendo desse show não. Me lembro da festa grande que teve aqui em agosto, na festa da Padroeira, com a banda Arreio de Ouro. Não me lembro dessa outra festa”, afirmou. Em Ipubi, nenhum vereador foi eleito por legenda oposicionistas ao governo estadual, como DEM, PMDB ou PSDB. Os nove membros da Câmara integram siglas que sustentam o governo liderado por Eduardo Campos (PSB). O prefeito de Ipubi, Chico Siqueira (PSB), não foi localizado.

Instantes depois de registradas as denúncias, o JC entrou em contato com a assessoria da Secretaria de Turismo de Pernambuco (Setur), que foi categórica: “O show existiu sim, nós temos fotos e documentos que comprovam isso. Enviaremos essa documentação para a imprensa hoje”. Cerca de três horas e meia depois, o secretário executivo da Setur, Tomé Franca, visitou a sede do JC, em Santo Amaro, e entregou uma declaração do prefeito Chico Siqueira confirmando que o evento intitulado “Festividades Natalinas/PE” foi realizado no município no dia 27 de dezembro de 2008. As fotos não foram apresentadas.

No documento da Prefeitura de Ipubi, dois detalhes curiosos: o nome do evento não segue a nomenclatura oficial – Festejos Natalinos 2008 –, além de que a data registrada sugere uma incorreção no aspecto temporal. O tema é tratado no passado, como se já estivesse sido encerrado, apesar de a assinatura datar do mesmo dia da realização do show. A produtora que responde pelo evento é a Walter Shows, com sede em Boa Viagem, no Recife. Apesar das denúncias, ainda não havia se pronunciado sobre o fato até o fechamento desta edição, ontem à noite. Na quinta-feira (26), o JC visitou a sede da firma mas não conseguiu contato com os funcionários, que estariam almoçando.

Manoel Medeiros Neto
mmedeiros@jc.com.br

OPOSIÇÃO PROMETE LEVAR DENÚCIA AO MP FEDERAL

A bancada de oposição ao governo do Estado acionará na próxima segunda-feira o Ministério Público Federal para denunciar indícios de irregularidades em dois convênios firmados entre a Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur) e o Ministério do Turismo. O grupo, liderado pelo deputado Augusto Coutinho (DEM), acredita que alguns procedimentos realizados pela Empetur na gerência dos R$ 6,9 milhões envolvidos com os projetos Festejos Natalinos e Verão Pernambuco não respeitaram a legislação federal e podem ter prejudicado o erário público. Esta semana, o grupo já solicitou a apuração das denúncias ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e ao Tribunal de Contas do Estado (TCE).

Em entrevista concedida ontem, a deputada Terezinha Nunes (PSDB) – responsável principal pela apuração do dossiê contrário às gestões do secretário de Turismo, Sílvio Costa Filho, e do presidente da Empetur, José Ricardo Diniz – afirmou que o “governo está se enrolando cada vez mais” para justificar a diferença entre os cachês pagos aos artistas e os valores quitados às produtoras. Na última quarta-feira, por exemplo, o músico pernambucano Silvério Pessoa tornou público que em vez de R$ 76 mil, como registra o governo, o cachê que recebeu por um show no dia 31 de janeiro deste ano, em Paulista, foi de R$ 15 mil.

De acordo com o secretário Sílvio Costa Filho, os R$ 61 mil restantes exemplificados anteriormente compõem o que no mercado empresarial de shows se denomina como “cachê colocado”. “Nessas produtoras, você sabe que tem o cachê colocado, que envolve som, gerador, banheiros químicos, toda a estrutura logística”, disse. Na nota publicada ontem pela Empetur, mais explicações: “O valor pago à produtora do evento inclui o cachê da banda e a logística, que, por sua vez, engloba itens como palco, som, iluminação, banheiros públicos”, registrou a Empresa.

Para os oposicionistas, a explicação complica ainda mais o governo estadual porque, segundo eles, as empresas responsáveis pela infraestrutura das festas não podem ser contratadas através de dispensa de licitação. “O secretário está faltando com a verdade, enganando a população e o próprio governo”, disse Terezinha. Todos os contratos entre Empetur e produtoras referentes aos convênios Festejos Natalinos (total de R$ 2,5 milhões) e Verão Pernambuco 2008 (R$ 4,375 milhões) foram assinados através de dispensas. “A Lei de Licitações foi desobedecida”, complementou a tucana.

FONTE-JC

Um comentário:

Anônimo disse...

Na verdade nao acontece so com bandas nao...
Mas tambei com medicos que trabalha em psf que sai ficam constanto que na quela estituiçao tem medico sem ter...
o dinhero das mulheres que ganha bebe no hospital que e pra o medico ganha,nao ganha...evoluçao dos paciente,nao ganha...
so uma pesso ou seja um medico esta ganhado e repasando se er que repasa pra secretaria de saude que e outra ladrona