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segunda-feira, 27 de abril de 2009

ENERGIA - TARIFA DE LUZ FICA MAIS BARATA NESTA SEMANA

Os consumidores de energia elétrica de Pernambuco que estavam esperando um aumento de mais de 5% nas contas de luz foram surpreendidos com uma boa notícia. A partir da próxima quarta-feira, dia 29, mais de 2,8 milhões de clientes terão um reajuste médio negativo de 1,08% em suas faturas.


O índice final da segunda revisão tarifária da Companhia Energética de Pernambuco (Celpe) foi aprovado ontem pela diretoria colegiada da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A classe de baixo consumo de energia - os clientes residenciais - terão uma redução de 4,42% nas próximas contas. Já os segmentos que se enquadram na clientela de alta tensão como, por exemplo, as indústrias, terão aumento de 4,86%, segundo a Aneel.

De acordo com o coordenador do Grupo de Trabalho formado pelo Governo de Pernambuco para acompanhar o processo de reajuste, João Bosco de Almeida - também presidente da Companhia Pernambucana de Saneamento e Abastecimento (Compesa) -, a redução só foi possível porque a Aneel não incluiu o percentual de 8% referente à revisão tarifária de 2005, diminuindo R$ 167 milhões na arrecadação.

Bosco ressaltou a importância que teve a pressão feita pelo governo estadual para conseguir reduzir a tarifa. “Estamos participando das discussões desde o começo. O governo deve estar atento a todas as questões que afetam a economia do Estado”, afirmou.

“Este ano, a Aneel propôs um aumento de 5,44% na proposta da revisão tarifária e, caso esse percentual fosse aprovado, o impacto para os clientes residenciais seria de 1,57% e a indústria teria acréscimo de 6,86%, em média. Mas houve uma diferença de 6,91% em relação ao que a Aneel solicitou e ao percentual aprovado. Com isso, deixaremos de mandar para a Celpe R$ 167 milhões, que circulará livremente na economia do Estado”, afirmou Bosco.

Para o diretor do Instituto de Desenvolvimento Estratégico do Setor Energético (Ilumina), Antônio Feijó, a postergação dos 8% para 2010 é positiva, porque evitou grandes aumentos nas tarifas. “O problema é que uma hora essa tarifa será cobrada de alguma forma. Mas temos que considerar que este foi um pequeno avanço, já que nunca tivemos um percentual negativo como este em outras revisões”.

O deputado federal Eduardo da Fonte, que acompanhou a audiência, salientou a necessidade da redução das tarifas, que vêm causando danos irreparáveis ao desenvolvimento de Pernambuco. Na última revisão tarifária, que ocorreu em 2005, a Celpe repassou um aumento médio de 24,43%, sendo 20,16% para o grupo residencial e 30,55% para os consumidores de alta tensão.

JAMILLE COELHO-FOLHAPE

Com economia, população faz planos

Apesar de só começar a valer no próximo dia 29, os consumidores já estão comemorando a redução na conta de energia. Para a supervisora de call center Marcela Domingos, a redução representará uma economia média mensal de R$ 6,18. Isso porque, por mês, Marcela reserva cerca de R$ 140 do seu salário para as despesas com energia. Gastando menos com energia, a supervisora espera poder voltar a utilizar um chuveiro elétrico.


“A redução chegou em boa hora. O inverno está aí, e chegaria um momento que eu não resistiria e iria utilizar o chuveiro elétrico”, afirmou Marcela. Segundo ela, para que a conta não ultrapasse os R$ 140 mensais, foi preciso estabelecer regras dentro de casa. “Eu e meu marido estabelecemos horários para os meus filhos utilizarem o computador e diminuímos o número de lâmpadas na casa”, contou.

Na residência do comerciante Gilberto Luiz dos Santos, a redução também será bem-vinda. Ele trabalha vendendo lanches e gasta muita energia elétrica na produção dos alimentos. “Eu já trabalhei vendendo espetinhos e precisava utilizar dois freezers. Nesta época minha conta de energia chegava a R$ 300.

Era inviável. Eu tive que trocar o negócio para economizar”. Hoje, o consumidor gasta, em média, R$ 110. Santos agora poderá economizar cerca de R$ 4,42 por mês. Segundo ele, apesar de ainda ser um percentual pequeno o valor poderá ser investido no seu negócio. “Pagando menos energia eu poderei comprar mais mantimentos para o meu comércio”, previu.

ROCHELLI DANTAS-FOLHAPE

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