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segunda-feira, 28 de abril de 2008

SAÚDE - DENGUE AVANÇA E ASSUSTA CIDADES DO INTERIOR


À medida que a dengue avança em Pernambuco os municípios tentam contra-atacar, mas os casos continuam se alastrando pelo interior. A reação das prefeituras não é suficiente para aplacar o risco de uma epidemia. Os números da Secretaria Estadual de Saúde (SES) apontam que, em 2008, 5.295 casos foram notificados na Zona da Mata, Agreste e Sertão. Desse total, 2.421 novas ocorrências suspeitas foram registradas apenas no mês de abril.
Até a sexta-feira passada, só havia a confirmação de uma morte por dengue hemorrágica fora da Região Metropolitana do Recife. O levantamento da secretaria mostra que a doença se dissemina não apenas no Grande Recife. As cidades do interior também estão acuadas pelo Aedes aegipty. O município sertanejo de Petrolina, distante 722 quilômetros da capital, encabeça a lista oficial de notificações, com 465 casos. Pesqueira, no Agreste, aparece logo em seguida. São 320 casos suspeitos, conforme os números divulgados pelo governo do Estado. No entanto, pelas contas da Secretaria Municipal de Saúde, as ocorrências já chegam a 514. Ante o alarmante número de doentes, o prefeito da cidade, João Eudes, decretou estado de emergência, no último dia 17. A cada dois minutos, em média, um paciente era admitido com sintomas característicos de dengue na emergência do Hospital Lídio Paraíba, em Pesqueira. Durante toda a semana, a unidade atendeu pessoas que se queixavam de dores de cabeça, vômito, febre, diarréia e manchas pelo corpo. Os registros de entrada da urgência apontaram que das 7h às 10h da terça-feira mais de 90 pacientes procuraram o hospital. A maioria dos acometidos pela doença era formada por crianças. Caso do garoto Gabriel Galindo da Silva, 9. “Se soubesse que estava assim não teria trazido meu filho para cá”, lamentava a agricultora Mariluce Alves Galindo, 35, que acolhia nos braços o menino. Os dois saíram às 6h30 do município vizinho de Alagoinha em busca de atendimento. O recrudescimento da doença ocorreu também em Arcoverde, no Sertão. Em abril, o Hospital Regional Ruy de Barros Correia, referência na região, encaminhou 117 novas notificações para a Secretaria Estadual de Saúde, contra 49 do mês anterior.
Entre os casos registrados está o da professora Lindinalva Bezerra da Silva, 43. Embora tenha apresentado todos os sintomas da dengue, ela ainda não tem a confirmação. Aguarda o exame de sorologia realizado pelo Laboratório Central do Estado (Lacen). A cidade de Águas Belas, no Agreste, assistiu ao aumento dos casos suspeitos de dengue. A notificação de ocorrências saltou de 50, em março, para 62, este mês. Na semana passada, a morte da garota Marceliane Alves Pereira, 10, deixou assustados os moradores da Rua da Subestação. Entre as hipóteses levantada pela família está a de dengue hemorrágica. “Só queremos saber do que ela morreu. Ninguém diz nada. Ela vomitava muito, tinha muita febre e dor de cabeça”, relata a avó da menina Grinalda Alves de Souza, 63. O corpo foi encaminhado ao Instituto de Medicina Legal (IML), no Recife. A única morte confirmada fora do Grande Recife, no entanto, ocorreu em Santa Maria do Cambucá, no Agreste. A vítima foi um homem de 37 anos, que recebeu atendimento no Hospital Regional do Agreste, em Caruaru. O avanço da dengue no interior de Pernambuco mobilizou o governo Estado a atuar em conjunto com os municípios. “As prefeituras têm sido nossas parceiras. Estamos orientando as cidades que registraram aumento da doença a fazer o bloqueio de transmissão, que consiste no uso do fumacê para eliminar o mosquito adulto”, revela a gerente de Vigilância à Saúde do Estado, Zaílde Carvalho.
A orientação da SES é de que as administrações municipais intensifiquem também as ações de combate às larvas do Aedes aegipty. Em todo o Estado, foram notificados 11.209 casos da forma clássica, sendo 851 confirmados. Apesar do elevado número, Zaílde informa que há uma redução de 20% em comparação com o ano passado. No mesmo período de 2007, a SES registrou 13.879 casos.

FONTE - JC

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